Uma odisseia chamada Festival Eurovisão da Canção

No mês em que Salvador Sobral representa Portugal no Festival Eurovisão da Canção, sendo apontado como um dos quatro favoritos à vitória, fique a conhecer os momentos mais marcantes da passagem do nosso país pelo concurso histórico.
Aos 27 anos, Salvador Sobral pode fazer história no Festival Eurovisão da Canção, emitido pela RTP, com o tema “Amar Pelos Dois”, escrito pela irmã Luísa, também cantora.
Segundo o site de apostas eurovisionworld.com, a música aparece em 4.º lugar, antecedida pelos temas da Itália (Francesco Gabbani, ”Occidentali’s Karma”), Bulgária (Kristian Kostov, “Beautiful Mess”) e Suécia (Robin Bengtsson, “I Can’t Go On”).
A confirmar-se, Salvador Sobral vai chegar a um lugar cimeiro no concurso europeu. Um lugar nunca atingido por uma participação portuguesa.
O mais longe que o país foi aconteceu em 1996, quando Lúcia Moniz, conseguiu chegar ao 6.º lugar, a melhor classificação até então, com 92 pontos, graças ao tema “O Meu Coração Não Tem Cor”. Uns anos antes, em 1991, Dulce Pontes conquistou o público com “Lusitana Paixão”, que conseguiu 62 pontos, o que lhe garantiria o 8.º lugar.
A mesma posição conquistada por Sara Tavares em 1994, com “Chamar a Música”, que conquistou 73 pontos. Duas canções que ainda perduram no tempo e que todos sabem de cor.
Com pontuações menos expressivas, mas participações mais emblemáticas, é necessário recuar aos anos 60, quando Simone de Oliveira e Carlos Mendes fizeram história, com participações duplas.
Em 1965, “Sol de Inverno” ecoou na final em Nápoles e garantiu a Simone o 13.º lugar. Três anos depois, em 1968, foi a vez de Carlos Mendes entoar o tema “Verão”, que chegou ao 11.º lugar. Em 1972, na final no Reino Unido, regressaria, desta vez para conquistar uma melhor posição, com “A Festa da Vida”, que chegou ao 7.º lugar.
Já Simone não teve tanta sorte com a sua segunda participação. Em 1969, o poema de Ary dos Santos, “Desfolhada Portuguesa”, não impressionou o júri, ficando no penúltimo lugar (15.º). Curiosamente, quem viria a ficar no fim da tabela seria Paulo de Carvalho. A 6 de abril de 1974, “E Depois do Adeus” conseguiu apenas três pontos.
A canção, com letra de José Niza e música de José Calvário, seria, no entanto, escolhida para ser a senha do início da revolução no dia 25 de abril de 1974, sendo hoje um tema que perdura na história e um hino à liberdade portuguesa – apesar da sua fraca prestação europeia. Uma prova que, às vezes, os últimos são mesmo os primeiros.
Agora é esperar que Salvador Sobral faça a sua história e leve o nome de Portugal mais longe em Kiev, na Ucrânia, no dia 9, na semifinal, e no dia 13, na grande final no Festival Eurovisão da Canção.

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