“Becoming”: O novo livro intimista de Michelle Obama
Quando era menina, o mundo de Michelle Robinson era o bairro de South Side, em Chicago, onde ela e o irmão Craig partilhavam quarto no apartamento alugado da família e brincavam no parque perto de casa. Foi lá que os seus pais, Fraser e Marian Robinson, a educaram para que o seu sentido de franqueza e de coragem saíssem apurados.
“Quando olho para trás, penso que os meus pais apreciavam o meu espírito combativo e sinto-me grata por isso. Tratava-se de uma chama dentro de mim que eles queriam manter acesa”.
Tanto assim foi, que a vida não tardou a levá-la muito mais além. Hoje, é uma das mulheres mais admiradas em todo o mundo. Durante oito anos, foi a primeira-dama dos Estados Unidos da América e a primeira afro-americana a desempenhar esse papel. Falamos-lhe de Michelle Obama e da sua autobiografia, que acaba de ser publicada.
“Ainda há muita coisa que desconheço sobre a América, sobre a vida, sobre o que o futuro poderá trazer. Mas conheço-me a mim. O meu pai, Fraser, ensinou-me a trabalhar arduamente, a rir muito e a honrar a minha palavra. A minha mãe, Marian, encorajou-me a pensar pela minha própria cabeça e a usar a minha voz. Juntos, no nosso pequeno apartamento no South Side, em Chicago, ajudaram-me a reconhecer o valor da nossa história, da minha história, da história do nosso país num sentido mais lato. Mesmo quando não é bonita ou perfeita. Mesmo quando é mais real do que gostaríamos que fosse. A nossa história é o que temos, o que teremos sempre. É algo que devemos assumir como nosso.”
Cativos. É assim que ficamos quando começamos a leitura. Editado pela Objectiva, este livro começa com este pequeno prefácio que mostra o que podemos esperar das 480 páginas.
Dividido em seis partes, “Becoming” está cheio de memórias e de confissões de infância, amor, política e força. Fica comprovado o papel acolhedor e inclusivo que a autora teve na Casa Branca desde do primeiro minuto. Desde ser uma grande defensora das mulheres nos EUA e por todo o Mundo, até alterar de um modo quase dramático a forma como as famílias procuravam levar vidas mais saudáveis e ativas. Michelle Obama manteve-se ao lado do marido enquanto ele liderava os EUA e durante alguns dos seus momentos mais angustiantes.
Revelamos-lhe mais duas citações do livro.
“Perder o meu pai exacerbou a minha sensação de que não havia tempo para ficar sentada a ponderar o que fazia na vida. O meu pai tinha apenas 55 anos quando morreu. A Suzanne tinha 26. A lição a retirar daí era simples: a vida é breve e não deve ser desperdiçada. Se eu morresse, não queria que as pessoas me recordassem pela pilha de pareceres jurídicos que eu escrevera ou pelas empresas que ajudara a defender. Estava certa que tinha mais para oferecer ao mundo. Estava na hora de agir.”
“Duas pessoas determinadas e empenhadas, com um amor profundo e uma ética profissional robusta, não conseguem obrigar-se a ter filhos. A fertilidade não é algo que se conquiste. Por muito frustrante que seja, não há uma linha direta entre o esforço e a recompensa. Para mim e para o Barack, isto era tão surpreendente como dececionante. Por muito que tentássemos, não conseguíamos que resultasse numa gravidez.”
Ficou com vontade de o ler numa assentada só? Prepare a manta, faça um chá, desligue o wi-fi e perca-se nesta obra que promete. O livro, esse, está à venda no nosso Centro. Boas leituras!