12 anos depois, Chico Buarque volta a Portugal

É um dos nomes maiores da música popular brasileira e regressa ao Porto e a Lisboa em Junho para seis concertos muito especiais, onde apresentará “Caravanas”, o seu 23º álbum de originais. Conheça melhor o talento deste cantor, compositor, escritor e dramaturgo corajoso, inconformado e apaixonado.

Francisco Buarque de Hollanda, mundialmente conhecido por Chico Buarque, nasceu no Rio de Janeiro em 1944. Filho de Sérgio Buarque de Hollanda, um jornalista brasileiro e importante historiador, e Maria Amélia Alvim, pianista e pintora, a arte sempre pairou em sua casa e despertou desde cedo a sua curiosidade natural. Em criança mudou-se para São Paulo mas foi em Roma, onde chegou a viver dois anos, que teve o seu primeiro contacto com a música. Começou a cantar ouvindo rádio na cozinha com a mãe e ficava encantado quando Vinicius de Moraes, na altura diplomata, visitava o pai com o seu violão debaixo do braço. 

Aos 15 anos escreveu “Canção dos Olhos”. Ainda estudou Arquitetura e Urbanismo na Faculdade de São Paulo mas foi em 1966 que Chico se revelou ao público como artista, vencendo o Festival de Música Popular Brasileira com o tema “A Banda”, interpretado por Nara Leão. Nesse mesmo ano lança o seu primeiro LP e casa-se com a atriz Marieta Severo, com quem teve três filhas: Sílvia, Helena e Luíza.

Na adolescência Chico Buarque descobriu a Bossa Nova, fazendo parte de uma geração criativa, audaz e insatisfeita. Durante o regime militar foi ameaçado e exilou-se em Itália em 1969, regressando ao Brasil um ano depois. “Apesar de Você”, “Cálice”, “Construção” ou “Partido Alto” são algumas das suas músicas que foram proibidas pela censura, pois denunciavam aspectos sociais e culturais da época.

No teatro, Chico também deixou a sua marca como dramaturgo, escrevendo as peças “Roda Viva” (1969), “Calabrar” (1973), “Gota D’água” (1975) e “Ópera do Malandro” (1978), e ainda alguns filmes. Na literatura fez-se notar com obras como “Estorvo” (1991), “Benjamim” (1995), “Budapeste” (2003), “Leite Derramado” (2009) ou “O Irmão Alemão” (2014), vencendo várias vezes o Prémio Jabutil com os seus romances e livros de ficção. Muitos deles estão disponíveis no nosso Centro. 

Por cá o artista fez duetos com a fadista Carminho, em temas como “Carolina” ou “Falando de Amor”, e foi homenageado por António Zambujo no álbum “Até Pensei que Fosses Minha”, composto apenas com temas do brasileiro. 

Doze anos depois é hora de regressar aos palcos portugueses, nos dias 2 e 3 de junho no Coliseu do Porto e de 7 a 10 de junho no Coliseu de Lisboa. Na bagagem Chico Buarque  traz “Caravanas”, o seu 23º álbum, onde constam músicas como “Dueto”, um tema que interpreta com sua neta Clara Buarque, e uma homenagem, que irá estender-se ao longo de toda a sua digressão internacional, ao baterista Wilson das Neves, falecido no ano passado. Não perca a oportunidade de ver ao vivo este artista único que se tornou uma referência no mundo das artes e uma verdadeira inspiração nos quatro cantos do mundo. Os bilhetes encontram-se à venda na FNAC e Worten do nosso Centro. 

Espreite a nossa galeria com uma mão cheia de álbuns de Chico Buarque para saber os clássicos na ponta da língua se for ao concerto. Se não for pode ouvi-los em casa vezes sem conta.

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